A União Libanesa da Diáspora é uma Associação Brasileira que agrega líderes e membros da Comunidade Libanesa no Brasil com sede em São Paulo.

A emigração do Líbano por Rana Mansour

Por Rana Mansour traduzido por Assad Frangieh

De acordo com um estudo da Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (ESCWA), a pobreza atinge 74% da população do Líbano, e esse percentual pode subir para 82% se forem considerados aqueles que vivem em pobreza multidimensional. Na ausência ou mesmo falta de oportunidades de trabalho e renda limitada no Líbano, é natural que grupos de jovens migrem para o exterior em busca de seu sustento.

Nos últimos cinco anos, o Líbano perdeu 5% de sua população, especialmente porque o salário mínimo não ultrapassa US$ 30 por mês, ou seja, uma média de US$ 1 por dia, e a taxa de desemprego ultrapassou o limite de 40%, segundo estudo das Nações Unidas. Além disso, as empresas libanesas reduziram em 60% o número de funcionários, o que levou os jovens a buscar uma vida melhor no exterior, e aqui me refiro à emigração de 230 mil jovens nos últimos meses.

Segundo o Observatório de Crise da Universidade Americana de Beirute, essa migração do Líbano foi considerada uma terceira onda, como a primeira migração durante a Primeira Guerra Mundial e a segunda migração durante a Guerra Civil (1975-1992), em que o número de migrantes chegou a 990.000. Claro que esta migração não é uma imigração comparada com as migrações anteriores, mas sim uma imigração de grande perigo para o futuro do Líbano, que temo estar desaparecendo.

Quanto às repercussões econômicas e políticas, são terríveis, pois o Banco Mundial considerou que o Líbano precisa de 12 a 19 anos para voltar à sua antiga glória. Lembrando que o número de imigrantes chegou a 77% dos jovens ou mais, que é o maior percentual do mundo árabe. Infelizmente, o Líbano está perdendo um grande capital humano, especialmente em termos de especialistas e profissionais, bem como no setor educacional, e, portanto, não terá o elemento criativo e profissional capaz de promovê-lo, que é o elemento qualificado e habilidoso que impulsiona a economia, e tudo isso afetará a capacidade de alcançar a mudança política desejada no Líbano.

As instituições estatais estão desaparecendo pouco a pouco, o que pressionará centenas de milhares a sair também, e esse efeito é muito perigoso em nível de capital humano, porque o Líbano perderá os bons libaneses em favor dos libaneses preguiçosos.

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