A União Libanesa da Diáspora é uma Associação Brasileira que agrega líderes e membros da Comunidade Libanesa no Brasil com sede em São Paulo.

A imigração libanesa que se integrou perfeitamente no Nordeste do Brasil

Fugidos do Império Otomano, muitos libaneses de refugiaram no Nordeste onde deixaram uma marca profunda em diferentes estados nordestinos. Chamados genericamente de ” turcos”, longe de uma cultura cosmopolita, os libaneses que se instalaram no Nordeste, mesmo no início do século XX, apresentaram uma integração maior com o povo local.
Em vez de Kafta, carne seca na brasa; no lugar de Baba-ganuj, macaxeira cozida, farinha de mandioca e não Keshk; óleo de babaçu em vez de azeite de oliva. Em Floriano, interior Piauiense, os libaneses reformularam muito das relações comerciais da cidade. Em Ilhéus, a situação não foi muito diferente. A cultura cacaueira baiana atraiu vários libaneses, o encontro desses imigrantes com a roça de cacau se deu através da mascatagem.
Os sobrenomes Atalla, Bacil, Ocké, Midlej, Darwich, Maron, Zaidan, Baracat, Daneu, Kalid, Ga-nem, Bichara, Dieb, Chalhoub, Hage, Habib, Chauí, Bitar, Halla, Abijaude, Zugaib, Gedeon são alguns exemplos que povoam a região do sul da Bahia e ao mesmo tempo são referência quanto ao comércio, a culinária, a cacauicultura, comprovando o processo de assimilação ocorrido nas terras de São Jorge dos Ilhéus.
No Ceará os libaneses formaram uma intensa rede comercial na Capital e no interior. Mercadorias, tecer contatos com comerciantes, tanto patrícios como locais, compreender o funcionamento do comércio urbano (empréstimos, promissórias, créditos) e visualizar espaços de atuação. Muitos libaneses após alguns anos de mascateação, procuraram estabelecer-se em locais de maior movimentação. Na imagem Raimundo Fagner, filho do imigrante libanês José Fares Haddad Lupus.
Referências: – FRANKLIN, Ruben Maciel. Galegos, imigrantes e comerciantes: sírio-libaneses no Ceará (1888-1930). ANAIS DO XXV SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA: HISTÓRIA E ÉTICA, 2009. – SANTOS, Maria Luiza Silva. As influências das interações étnicas na formação da cidade de Ilhéus/Bahia. Interações (Campo Grande), 2006, 8: 71-75. – MAGALHÃES, Marcelo Vieira. OS OLHARES DA ALTERIDADE: OS SÍRIOS E LIBANESES E SUAS FORMAS DE SE REPRESENTAR E SER REPRESENTADO. Embornal, 2012, 3.6: 135-155.

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