Fonte – Carta do Líbano
Nascido na capital paulista em 1926, Célio Salomão Debes é o filho mais velho do imigrante libanês David Debes, cuja origem vem da cidade de Jdita Chtaura, e de Chames Debes, descendente de libaneses nascida no município paulista de Aparecida do Norte. Seu irmão, Antônio Carlos Debes, já falecido, foi notório médico do Hospital das Clínicas. Célio casou-se com Consuelo de Amorim Debes, com quem teve 4 filhos: Célia (já falecida), Célio Jr., Marina e David. Tem ainda oito netos: Marianna, Polyana, Cláudia, Júlio, Marcelo, Marcela, Eduardo e Carolina, além da bisneta Manuela. Advogado, formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1950, e tornou-se mestre em História, pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, em 1975. Em uma trajetória profissional de quase sete décadas, notabilizou-se por obras de cunho histórico, sobretudo os volumes dedicados aos presidentes da República, Campos Salles (1898-1902), ] Washington Luís (1926-1930) e Júlio Prestes (eleito, porém não empossado devido à Revolução de 1930) – todos paulistas. Também é autor de inúmeros ensaios e conferencista dos mais respeitados. Trabalhou como sub-chefe do Departamento Legal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Chegou a ser Procurador do Estado e chefe da Procuradoria junto ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Também integrou o quadro de substitutos de Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (1984-1991), tendo exercido a substituição em 1991. Foi também conferencista sobre Estudos de Problemas Brasileiros da Universidade de São Paulo. Em 1994, assumiu a cadeira número 4 da Academia Paulista de Letras. Lá, participou da Comissão de Redação da Revista (1995-1999) e exerceu, interinamente, a presidência entre 2003 e 2004. É membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, da Academia Paulista de História, da Associação Nacional dos Professores Universitários de História (ANPUH), da Associação dos antigos alunos da Faculdade de Direito (USP) e do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil.
Sua trajetória no mundo das letras começou com a publicação do trabalho “Evocações da Turma Acadêmica de 1950”, editada em 1960 pela Indústria Gráfica Bentivegna Editora. Depois, em 1968, veio “A Caminho do Oeste”, com subsídios para a história Companhia Paulista de Estradas de Ferro e das Ferrovias de São Paulo, em uma edição comemorativa pelo centenário da companhia. O interesse pela estrutura e atuação do Partido Republicano de São Paulo na propaganda rendeu uma monografia presentada, em 1975, no Departamento de História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Na época, o texto foi aprovado com distinção pela banca formada pelos professores Edgard Carone, Reynaldo Xavier Carneiro Pessoa e Emanuel Soares da Veiga Garcia. Depois, o texto que apresentou a propagando do Partido Republicano, entre 1872 e 1889, acabou virando um livro não-acadêmico. As histórias dos presidentes exerciam fascínio sobre Célio Debes, que as transformou em livros. “Campos Salles – Perfil de um Estadista” foi o primeiro deles, publicado em 1977. O trabalho conquistou o primeiro lugar no concurso sobre a vida e obra do ex-presidente e também conquistou a menção honrosa no Pen Center, em 1979. Depois, em 1982, publicou “Júlio Prestes e a Primeira República” e “Júlio Prestes e a evolução de 32”. Mais tarde, em 1994 e em 2002, vieram as obras dedicadas a “Washington Luís” (volumes I e II). Em sua trajetória nas letras, também escreveu inúmeros ensaios, artigos e conferências – entre os quais, “Os Movimentos Abolicionista e Republicano e a Faculdade de Direito de São Paulo”, “Relações de Trabalho no Brasil: Aspectos de Sua Evolução Histórica” e “Washington Luís, Sucessor de Mário de Andrade”.