Por Dr. Mahmoud Jabaee
O governo libanês aprovou o plano de recuperação econômico-financeira em 20 de maio deste ano, em sua última sessão antes de entrar no período interino. O que se quer dizer aqui para quem preparou este plano é o capital em débito do Banque du Liban, que está estimado, segundo preliminares, em mais de 60 bilhões de dólares, que é a diferença entre o patrimônio do Banque du Liban em moedas e suas obrigações para com os bancos em moeda estrangeira.
É precisamente este montante que o plano pretende amortizar de forma a suportar a maior parte das perdas apenas dos depositantes, e não responsabilizar o Estado por essas perdas, tendo em conta que os sucessivos governos são os principais que esbanjam este montante, tomando-o emprestados ao Banque du Liban de várias maneiras ao longo de diferentes períodos de tempo e, que foi usado para colmatar o déficit financeiro acumulado nas finanças do Estado e para financiar projetos fracassados que custaram ao Estado e ao Banco Central enormes e pesadas perdas. Deste ponto de vista, nenhum governo pode anular estas dívidas de qualquer forma dos depositantes, qualquer que seja seu status e não importa quão errados sejam seus investimentos e os grandes riscos que eles enfrentam, já que foi assumido emprestando esse dinheiro do Banco Central, que por sua vez o emprestou dos depositantes.
Um fundo de recuperação
Depois de deliberar e responder à questão da anulação de fundos e à quantidade de confusão que suscitou na opinião pública e em vários círculos políticos, o Primeiro-Ministro Najib Mikati afirmou durante a sua participação numa reunião da Comissão de Finanças e Orçamento que existem alterações fundamentais que vai ocorrer ao plano de recuperação submetido à discussão, especialmente no que diz respeito ao dinheiro dos depositantes, como falou sobre a possibilidade de criação de um fundo de recuperação através do qual o Estado possa assumir alguma responsabilidade em termos da sua contribuição para a devolução do dinheiro dos depositantes, mas este fundo ainda não está bem definido, como foi falado oralmente, e não há nenhum texto escrito explicando como esse fundo funcionará e como a crise será administrada e os direitos restaurados. dele até agora é o seguinte:
1- O estado pagará aos depositantes 50% do superávit orçamentário se a taxa de crescimento do PIB for de 2%.
2- O fundo contém os benefícios dos certificados de depósito Banque du Liban, que os bancos carregam na sua carteira de investimentos.
3- Transferência de um terço do capital dos bancos para o fundo.
4- A contribuição do Banco Central para o fundo a partir dos fundos de reserva obrigatórios em sua posse.
5- O dinheiro que o Líbano receberá do Fundo Monetário Internacional, se vier.
Sugestões práticas para aprimorar o trabalho do Fundo
Com base nas declarações do Presidente Mikati, pode-se considerar que o Fundo que se pretende constituir pode contribuir para encontrar soluções, desde que seja desenvolvido considerando o Fundo como uma oportunidade para alcançar uma recuperação económica abrangente que possa contribuir para a devolução do dinheiro dos depositantes, e isso acontece por meio do desenvolvimento da atividade econômica, fortalecendo o investimento de forma equilibrada em diversos setores, o que realmente contribuirá para aumentar o tamanho do PIB, que atualmente é de cerca de US$ 21 bilhões, depois de ser igual a cerca de US$ 55 bilhões antes da crise recente, o que aumenta as chances de crescimento, por um lado, e de redução do déficit fiscal acumulado, por outro. Aqui é necessário apresentar sugestões práticas que contribuam para o desenvolvimento da produção e ao mesmo tempo alivie o déficit financeiro.
1- O Estado Libanês possui cerca de 30% do tamanho da área do Líbano, pois os números dessas terras estão no Ministério da Fazenda, portanto sua localização geográfica deve ser determinada em preparação para um levantamento topográfico para determinar as terras aptas para agricultura, indústria e serviços em preparação para arrendamento ou investimento, o que criará receitas muito grandes e claras que entrarão no tesouro do Estado.
2- Reestruturação das receitas esperadas de arrendamento de propriedades marítimas, onde as taxas devem ser ajustadas e fixadas no preço da plataforma de câmbio, o que gera receitas reais que contribuem para a redução do déficit financeiro.
3- Trabalhar para melhorar a produtividade dos diversos setores do Estado através da privatização de empresas não produtivas que atingem um grande déficit anual, o que reduzirá as despesas e aumentará as receitas, sabendo que a privatização é uma política estrutural adotada pela maioria dos desenvolvidos Países do mundo.
4- Impor um imposto sobre o património e a propriedade, desde que este imposto seja fixado em 1% ao ano sobre qualquer pessoa cujo património ultrapasse o limite de um milhão de dólares. Este é um princípio seguido globalmente para redistribuir a renda de forma justa.
5- Alterar as taxas que o Estado cobra de empresas estrangeiras que se beneficiam de serviços locais, pois essas taxas devem ser cobradas exclusivamente em dólares e não sobre o preço oficial ou qualquer outra coisa, como é o caso do aeroporto de Beirute, onde o valor destas em cada avião chega a 5.000 dólares, sabendo-se que cai entre 120 a 140 aviões por dia, o que significa que o valor vai variar entre 600.000 e 700.000 dólares por dia como subsídio para a utilização de aviões estrangeiros no aeroporto, o que trará as receitas dessas empresas superam os 200 milhões de dólares anuais apenas do aeroporto.
6- Combater a evasão fiscal através do desenvolvimento de modernas técnicas de controle, que contribuirão para aumentar as receitas em valores de centenas de milhões de dólares anuais.
7- Apertar o controle em todas as passagens para diminuir a gravidade do contrabando, e essa questão contribuirá para a entrada de centenas de milhões de dólares no erário estadual.
8- Financiar o fundo em 20% das receitas de petróleo e gás após o início da exploração e extração, tendo em conta que o Estado é obrigado a acelerar o processo de exploração, independentemente dos resultados das negociações em curso.
Estas sugestões são algumas ideias, e existem muitas ideias construtivas que podem ajudar a desenvolver o trabalho do fundo de investimento, através do qual se pode restabelecer o equilíbrio da economia nacional, o que contribuirá para a criação de um excedente no orçamento público que permitirá ao Estado para devolver o que deve do dinheiro dos depositantes.