Ernesto Zarzur, o filho de libaneses que com beijos calorosos e mão de ferro construiu uma das incorporadoras mais respeitadas do País, faleceu em 12 de dezembro de 2021 em São Paulo depois de duas semanas hospitalizado. Ele tinha 87 anos. A avó de Ernesto, Marta, enviou seus cinco filhos para o Brasil. O avô resistiu à ideia, e o casal nunca emigrou. Os cinco filhos tiveram sucesso empresarial.
Ernesto Zarzur nasceu em São Paulo em 28 de fevereiro de 1934. Largou a escola e aprendeu a ler e a escrever em casa, com professores particulares. Sua carreira no setor começou nos anos 50, quando começou a trabalhar como corretor no escritório de engenharia do seu irmão. A mosca do real estate mordeu diversos dos nove membros da geração de Ernesto. Seu irmão mais velho, Waldomiro, que morreu em 2013, construiu o maior arranha-céu brasileiro à época, o Palácio Zarzur e Kogan, concluído em 1966 no Vale do Anhangabaú, mais tarde renomeado W Zarzur.
Mais tarde, quando os filhos começaram a se formar na faculdade, montou sua própria empresa, a EZTEC, em 1979. Ernesto tinha muito orgulho das raízes. Aprendeu a falar árabe com líderes da comunidade libanesa de São Paulo, reunidos no Clube Monte Líbano, que presidiu e onde sempre exerceu liderança, fazendo todos os presidentes nos últimos 30 anos. “O Brasil nos ofereceu uma maravilhosa oportunidade de se desenvolver,” disse numa entrevista à TV libanesa há seis anos. “Quem trabalhou no Brasil teve sucesso. E o povo libanês viajou para cá pra trabalhar, não pra passear.” Ernesto deixou a esposa, Esther, seis filhos, 17 netos e oito bisnetos.