A União Libanesa da Diáspora é uma Associação Brasileira que agrega líderes e membros da Comunidade Libanesa no Brasil com sede em São Paulo.

Renúncia do Ministro das Comunicações… e agora?

Por Naji Safa – Líbano

Tradução dr. Assad Frangieh

06/12/2021

Quanto à renúncia de Georges Kordahi, os pretextos foram retirados e segundo alguns analistas, Macron conseguiu o que queria negociando armas francesas para a Saudita e marcando ponto política na esperança de restaurar um papel francês na região, e daí?

E sobre a crise política que perturbou o gabinete libanês, e sobre as propostas que o Presidente do Parlamento Berri apresentou na reunião tripartite no Palácio de Baabda na manhã do Dia da Independência (22 de novembro), e sobre o acordo constitucional de julgamento de ministros e presidentes que o Presidente da República se voltou contra e não deu atenção, e quanto ao Tribunal Superior de Justiça que se transformou em algo parecido a um Tribunal Militar abraçando o Juiz Bitar, protegendo e dedicando-se à sua reabilitação depois que sua imagem foi várias vezes abalada?

O chefe do Tribunal de Justiça manobra, concorda com o primeiro-ministro sobre um assunto e promete resolvê-lo, mas logo em seguida se volta contra ele antes mesmo que o galo cante. Kordahi renunciou (já que o tumor foi descoberto), e Macron conseguiu superar o distanciamento relativo entre o Líbano e a Arábia Saudita, chamou o primeiro-ministro para informá-lo dos resultados e fez Mohamad Bin Salman falar com o primeiro-ministro, o que significa suspender o veto que lhe foi imposto desde a formação do governo e através da declaração conjunta franco-saudita, parece que há mais minas de que soluções.

O Gabinete de Ministros do Líbano se reunirá novamente e a roda do governo voltará a girar? A declaração conjunta saudita-francesa falou sobre o apoio às reformas, e entre essas reformas que determinam as diretrizes políticas libanesas, o confinamento de armas estará nas mãos do Estado, ou seja, retirar as armas da Resistência e isolar o Hezbollah de participar de qualquer decisão governamental, que é a isso que estávamos nos referindo em nossas abordagens da crise fabricada em torno da declaração de Kordahi (O mesmo declarou antes de assumir o Ministério que a Guerra do Yemen é um absurdo).

A demanda saudita continua a mesma, a retirada do poderio militar da resistência de um lado, impedindo que o Hezbollah lide com os conflitos que perturbam a Arábia Saudita, especialmente a guerra do Iêmen e os conflitos em torno disso, isolando qualquer relação com o Hezbollah que pode ser classificada como apoio político, midiático ou logístico para os Houthis.

O que a Arábia Saudita e a França estão pedindo excede a capacidade do Estado libanês de implementar, não importa quanto apoio saudita ou francês receba. Se percebe a qualquer um que isolar o Hezbollah politicamente ou influenciar seu poderio militar é uma tarefa impossível. A aposta do Ocidente ainda é a realização de eleições que irão redesenhar o equilíbrio político e, de agora em diante, não haverá nada além de impasses políticos, de segurança e de vida.

Deixe seus comentários

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios são marcados *

Você pode usar essas HTML tags e atributos: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>