A União Libanesa da Diáspora é uma Associação Brasileira que agrega líderes e membros da Comunidade Libanesa no Brasil com sede em São Paulo.

Snaubar – O ouro branco do Líbano ou semente de Pinoli

A culinária libanesa tem uma dívida com o “snaubar” (pinoli), pois esta semente detém uma história de sacrifício de tal tamanho que, se as pessoas soubessem o seu curso para chegar aos pratos das comidas, certamente iriam se ajoelhar e reverenciá-la, uma vez que ela quem dá o impulso, o “toque” a mais ao paladar da gastronomia local. Não é à toa que o “snaubar” é chamado de o “ouro branco do Líbano”.

A história dos pinheiros remonta ao reinado do Emir Fakhr al-Din II, o Grande, que trouxe ao Líbano o primeiro pinheiro da Itália, em 1516. E assim, o país dos cedros também precisou coabitar com a nova “pátria dos pinheiros”, gerando na região de Bkassine, distrito de Jezzine, no sul do Líbano, a maior floresta de árvores do Oriente Médio, que contém mais de 100 mil árvores e ocupa, hoje em dia, o primeiro lugar entre os pinheiros frutíferos, com uma produção anual de cerca de 700 toneladas. E o “snaubar” começava a sua maratona.

O processo de colheita do “snaubar” é difícil e perigoso, pois as árvores chegam a atingir sete metros de altura e é preciso coragem, destreza e experiência. A árvore só começa a dar frutos depois de 10 anos plantada e a temporada de colheita se estende por mais de sete meses. De novo, temos a clareza da importância do “snaubar” na corrida e esforço para ganhar a medalha de ouro. A produção de “snaubar” ou pinole, é feita em várias etapas e é ainda manual: de novembro a abril, as pinhas são retiradas e espalhadas nos telhados das casas e secadas ao sol. Em seguida, ainda com a casca, as sementes são transportadas para a fábrica e o seu resíduo é reutilizado para o plantio. Depois, elas são descascadas, lavadas, peneiradas e separadas. O “snaubar” começaria a vislumbrar a reta de chegada da cozinha.

E finalmente, o pinoli, essa semente de formato ovalado e de textura macia, abre espaço na culinária libanesa, entra sorrateiro para dar o gosto único e inenarrável às esfihas, legumes, quibes, arroz, charutos recheados, saladas, recheio de tortas e na preparação de sorvetes, bolos, tortas e muitos doces. A comida libanesa nunca mais seria a mesma.

Publicado pelo Consulado Geral do Líbano no Rio de Janeiro

1 Comentário
  1. Como falar da culinária libanesa sem o Snubar? Indescritível e saboroso!

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