A União Libanesa da Diáspora é uma Associação Brasileira que agrega líderes e membros da Comunidade Libanesa no Brasil com sede em São Paulo.

Por Assad Frangieh

A participação nas eleições para os 128 parlamentares libaneses, neste último dia 15 de maio, foi de 49.68% repetindo a mesma percentagem de quatro anos atrás. A baixa participação reflete o descrédito da sociedade em seus representantes e o pessimismo que reina nas camadas mais afetadas pelas crises. Houve um rodízio com novos nomes e novas correntes políticas que beira os 50% da composição do novo Parlamento, porém isso não significa uma renovação do sistema de governo, apenas novos membros com a promessa principal de combater a corrupção e definir novos rumos da Política libanesa.

Enquanto as pesquisas relatam que as três maiores demandas da população estão na falta de eletricidade, uma cesta básica acessível e facilidades para emigração por falta de oportunidade de trabalho, o discurso eleitoral girava em torno de acusações de corrupção difusa há trinta anos e da militarização do Hezbollah. Campanhas eleitorais que ignoraram em sua maioria os programas de recuperação da economia e focaram em temas geopolíticos insolúveis. Imediatamente após os resultados oficiais, iniciou-se a recomposição dos blocos e o assédio às correntes ditas de mudanças ou independentes. Como recompor a divisão de poder com um novo Gabinete de Ministros que só consegue se formar com um consenso que o sistema confessional impõe na Governança do país? Em outubro deste ano, vem mais um desafio que é a escolha de um novo Presidente por via indireta que determinará os macros rumos da geopolítica do Líbano nos próximos 6 anos.

O resultado mais provável é que o Líbano permanecerá em um impasse nos próximos meses, e talvez até além, já que as duas amplas coalizões já existentes trabalham para enfraquecer uma à outra no parlamento. Nenhum dos lados será capaz de derrotar o outro, e ambos vão querer evitar a guerra civil. Enquanto isso, os libaneses continuarão a sofrer enquanto seus partidos políticos seguem com agendas conflitantes muitas vezes submetidas às ingerências internacionais.

Acompanharemos e que Deus nos ajude.

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